Reinaldo Simões (dir.) com Dr. Ciro Fontão (esq.), presidente da FPFS e um dos maiores incentivadores para que o futsal se torne olímpico.
Foto: Arquivo da FPFS
A Seleção Brasileira de Futsal inicia nesta segunda-feira (12), às 16h00, a luta pelo título da Copa América de Futsal, que será disputada em Buenos Aires, na Argentina, a partir deste domingo (11).
Antes de embarcar, o supervisor da Seleção Brasileira, Reinaldo Simões, concedeu uma entrevista exclusiva para o ‘Misto Quente do Futsal’, confira:
Misto Quente do Futsal: Se o mundial de 2012 fosse hoje, o Brasil já teria definido seu grupo de trabalho?
Reinaldo Simões: Sim, já estamos com todo o planejamento aprovado e a nossa comissão técnica totalmente definida.
MQF: Atualmente os maiores jogadores de futsal brasileiros atuam fora do país?
RS: Sim, temos vários novos atletas que estão se destacando no Brasil, mas infelizmente, Espanha e Rússia continuam levando os nossos atletas, e se não bastasse isso, agora, Irã, Kuwait e outros países já iniciaram esse processo.
MQF: Em um duelo de seleções qual sairia vencedora, uma formada apenas com jogadores que atuam no Brasil ou outra com os que atuam no restante do mundo?
RS: Esse assunto é muito polêmico, já disputamos várias competições só com jogadores que atuam no Brasil e outros com atletas que atuam fora, todos os atletas são de excelente nível, a vantagem dos atletas que atuam fora do Brasil é a experiência e a ‘bagagem’ já conquistada.
MQF: O Brasil está recheado de jovens talentos e alguns atletas já consagrados, você vê alguma semelhança entre craques consolidados e novas promessas? Citando como exemplo, Tiago, Simi, Betão e Falcão, do lado consagrado e Guitta, Ferrão e Gadeia do lado dos novos talentos.
RS: Conheço muito bem todos esses atletas, a maioria deles desde a idade de 12 anos, quase todos atuaram comigo nas categorias de base, mas cada atleta tem uma característica muito própria. Em relação ao Falcão, dificilmente haverá algum atleta igual a ele, quanto aos jovens atletas é o que já disse, falta a eles uma bagagem internacional maior.
MQF: Alguns atletas estão se destacando em seus clubes, casos de Keké, do São José/Vale Sul/Shopping e Bateria, que recentemente saiu do Krona e foi para a Espanha, mas ainda não foram convocados para a seleção, eles estão longe de serem testados?
RS: Em relação ao Keké temos acompanhado bem de perto a sua trajetória e a qualquer momento ele poderá ter a sua oportunidade. O Bateria foi nosso capitão na seleção sub 20 que foi campeã Sulamericana na Colômbia no ano passado, infelizmente se transferiu muito precocemente para a Espanha, mas sem dúvida alguma está em nossos planos, temos muita esperança nele pelo que ele fez pela seleção sub 20.
MQF: O Carlos Barbosa tem a segunda melhor campanha da Liga Futsal 2011, mas apenas um convocado para a Copa América, qual o critério adotado para as convocações?
RS: O Carlos Barbosa tem apenas o Rodrigo convocado para a Copa América e certamente teria outros atletas, mas infelizmente eles não liberaram mais que um jogador em virtude do Sul americano de Clubes que vai acontecer também no mês de Setembro na Venezuela.
MQF: Tomara que isto demore muito tempo, mas o Falcão está caminhando para o encerramento de uma gloriosa carreira, ele é um jogador que traz muita mídia e chama a atenção para o futsal, como você acredita que será nosso futsal depois da existência desse mito?
RS: Infelizmente o futsal ainda depende muito dele, digo infelizmente, justamente porque sei que isso já está na fase descendente. Precisamos encontrar um novo ídolo, mas isso está muito difícil de acontecer, pois você pode observar que alguns daqueles que a gente aposta já sairam do Brasil e cito os casos de Ferrão, Cabreúva, Bateria e Fernandinho. Aqui no Brasil a nossa aposta continua em atletas como Murilo, Jackson, Gadeia, Tiaguinho e Dieguinho. Precisamos que esses novos atletas assumam essa condição e correspondam à nossa expectativa.
MQF: O futsal melhorou ou piorou depois que passou a ser gerido pela FIFA?
RS: Infelizmente a FIFA tem muito interesse no Futebol e se esquece um pouco do nosso esporte.
MQF: O que falta para o futsal se tornar olímpico?
RS: Isso eu também gostaria de saber. Inicialmente disseram que era por causa das regras, hoje estão unificadas, depois falaram que precisava do feminino, já temos varias países com o feminino e inclusive este ano haverá o segundo mundial, que será realizado aqui no Brasil. Acho que existem muitos interesses por trás de tudo isso e nossa esperança é que o COI se sensibilize com a Olimpíada sendo realizado no Brasil, em 2016, e coloque o Futsal.