Créditos da matéria GLOBOESPORTE.COM (Rio de Janeiro)
Antigo responsável pelo futsal do clube, o ex-judoca Frederico Flexa foi quem reativou o time adulto. Segundo os jogadores, o início do trabalho foi cercado de promessas que não se concretizaram até hoje. Quando começaram os treinos, na última semana de janeiro, o dirigente lhes garantiu que seria pago o primeiro mês do ano de forma integral, além de manter o projeto pelo menos até dezembro. Mas nem o primeiro, nem os pagamentos seguintes foram debitados.
Na fase decisiva do Carioca, em maio, Flexa deixou o cargo para dar partida à sua candidatura à presidência do Flamengo. O ex-judoca entra na disputa em uma chapa de oposição à atual presidente, Patrícia Amorim. Os atletas ficaram sem representação. Quando veio a eliminação na semifinal para o Botafogo, no início de junho, nenhum jogador sabia qual seria o futuro da categoria e se receberiam ou não o dinheiro.
- No meio da competição, ele (Flexa) nos abandonou por uma briga política e nós pagamos o pato. Ele não atende o telefone de mais ninguém e também não deu satisfação nenhuma. Terminamos o campeonato e não recebemos nada – revelou o fixo Michel Marques.
Flexa informou que fez o máximo para deixar o departamento de futsal organizado. O ex-judoca sabia dos atrasos, mas, segundo ele, preferiu sair do posto como uma postura ética diante da possível disputa com Patrícia Amorim.
- Tentei formatar minha saída da melhor maneira possível. O Flamengo tem os problemas dele nessas situações que todo mundo conhece, mas sempre honra os compromissos. Houve atrasos, mas nem sei como a situação está hoje. Eu fico chateado, porque quem conversou com os jogadores fui eu como diretor e representante da instituição – disse o dirigente.
O novo departamento, que tomou posse em junho, já está ciente do problema. A diretoria rubro-negra reconheceu a ajuda de custo atrasada, já que os atletas do futsal não têm vínculo empregatício com o clube, e vai definir a forma de pagamento até meados de julho. Porém, há controvérsias quanto ao número de meses devidos. Enquanto os jogadores querem cinco, o Flamengo alega, a princípio, dever apenas quatro meses (fevereiro, março, abril e maio). Os dirigentes vão conferir com o setor
financeiro se a promessa feita por Flexa de pagar todo o mês de janeiro foi parar no papel.
Por causa da falta de pagamento, o time que era formado por 13 jogadores do adulto viu esse número cair com a debandada de atletas. Já na partida contra o Botafogo o elenco teve que ser completado com juvenis, pois apenas sete do grupo inicial permaneceram: Michel Marques, Diego Panazio, Gabriel, Paulinho, Rafael Pazos, Diego e Jacskon. E com o ginásio da Gávea em reforma, o time de futsal ficou ainda mais distante da sede rubro-negra, treinando no bairro do Rocha, na Zona Norte, e em Duque de Caxias.
- Alguns companheiros não tinham nem mesmo o dinheiro da passagem. Terminado o Campeonato Carioca, o time até parou de treinar. As condições de trabalho estão tão ruins que não temos material para treinar. É muito desmotivante viver essa situação. A diretoria precisa entender que há seres humanos trabalhando no futsal do clube, os quais precisam receber para sobreviver – criticou um jogador que não quis se identificar.
No segundo semestre, o Flamengo tem pela frente o Campeonato Estadual. No entanto, o time adulto corre sério risco de ser desativado antes do torneio. Na nova estratégia, o único jeito de salvar a equipe é conseguir um patrocínio para cobrir os gastos. Atualmente, a folha salarial está em torno de R$ 24 mil e os custos totais podem chegar a R$ 30 mil por mês.
- Foi um equívoco forçado demais trabalhar sem um patrocínio (no primeiro semestre). Vamos fazer uma captação dentro da nossa realidade e do que a nossa diretoria passar de orçamento. Se não conseguirmos, vamos tentar viabilizar o projeto para 2013. Não é uma necessidade extrema ter o adulto hoje, e também não quero prometer o que não posso cumprir – informou o novo diretor de futsal, Vitor Vanelli.
Para o coordenador Luis Antônio, há quem se interesse pelo projeto. Mas ele acha difícil que o patrocínio seja assinado. Segundo o dirigente, a transmissão das partidas seria vital para que o Flamengo angariasse os recursos necessários nessa época do ano.
- No segundo semestre, as empresas estão montando orçamento para 2013. Busca-se a exposição da marca, mas no futsal nem sempre ocorre transmissão das partidas. Ninguém arrisca isso sem retorno de mídia – analisou.
O departamento já fechou com a Triunfo, parceira do clube, um patrocínio exclusivo para as categorias de base do futsal. Para o time adulto, os dirigentes seguem em busca de recursos que mantenham a categoria em funcionamento para a disputa do Estadual.
O Flamengo estava há dois anos fora do cenário nacional nessa categoria. Mesmo com o retorno, o Rubro-Negro não entrou na Liga Futsal – competição brasileira mais importante da modalidade e que tem Botafogo e Petrópolis como representantes do Rio. Já o Fluminense fez parceria com o Imperial, de Petrópolis, para a disputa do Carioca
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